3 de abr. de 2010

Dança)))
Dentro de nós, o samba
Foto: site www.andreajabor.com.br

Na batucada, as meninas do grupo Arquitetura do Movimento também botam pra quebrar

Uma viagem pelo universo do samba e uma prova de que esse ritmo é parte indissociável da identidade de qualquer brasileiro – excluindo-se, é claro, os que são ruins da cabeça e doentes do pés. Eis a peça Ao Samba, a cruz, o xis e o esplendor, da bailarina e coreógrafa Andrea Jabor. Até ontem a montagem da artista carioca esteve em cartaz no Teatro Vila Velha, dentro da programação do 4°Festival Internacional Viva Dança.

Participando da apresentação também como uma narradora, Andrea explicou um pouco sobre o processo de criação de Ao Samba..., que dá continuidade a uma pesquisa iniciada em seu trabalho anterior, intitulado As cinco peles do samba (2008). Segundo a coreógrafa, um de seus objetivos era investigar o modo particular como as pessoas se relacionavam com a cultura do samba, que no fim une a todos nós.

Nesse processo, Andrea não deixou de investigar a si própria. Compartilhando suas memórias com o público, ela lembrou como sua mãe adorava carnaval, e como isso lhe influenciou completamente. Foi inclusive com a ajuda da mãe que Andrea, ainda criança e vivendo em Londres, criou a sua primeira coreografia na escola. Fez suas colegas inglesas se vestirem de baianas e assim elas requebraram ao som de Aquarela do Brasil.

Depoimentos como esse são usados para compor uma dramaturgia leve e poética. A narração de Andrea dá coesão ao verdadeiro show das cinco bailarinas presentes na montagem. Além de dançar, as meninas ainda cantam e fazem batucada na maior malandragem.

A fluidez com que elas passeiam por inúmeras vertentes do samba impressiona. Suas coreografias fundem samba no pé, gafieira e partido-alto com drum and bass, rap e contato-improvisação. Até o pagodear baiano, marcado por “rebolations” e “tchans” ganha o palco, acompanhado do legítimo samba do recôncavo e de outras regiões nordestinas.

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